Manjedoura, Cruz, Túmulo e Trono24/12/2025Por - Daniel Lima
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- há 3 dias
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A História do Natal em Quatro Cenas
Podemos dividir a história do Natal em quatro etapas importantes. Quais são elas e qual a importância de cada uma?
A arte de contar histórias
Contar histórias é uma arte. Um bom contador sabe enfatizar momentos-chave, tensões e conflitos que dão profundidade ao relato. Um dos recursos mais usados é dividir a narrativa em etapas.
Embora contínua, uma boa história se organiza em fases que dão ritmo e sequência aos acontecimentos. Sejam cenas ou atos, capítulos ou episódios, o que importa é que o leitor consiga compreender a trama como um todo, a partir de momentos centrais.
Com isso em mente, proponho que observemos a história do Natal em seu contexto maior. O Natal, apesar de fundamental, é apenas um dos episódios dessa grande narrativa redentora. Para este artigo, vamos pensar essa história em quatro cenas principais.
1. A Manjedoura
A primeira cena é a manjedoura. O relato de Lucas 2.1–20 descreve esse momento de forma simples, rica em significado, mas sem comentários analíticos. Já João aborda a mesma realidade de maneira teológica:
“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14).
Aqui vemos o cumprimento de centenas de profecias, incluindo a promessa fundamental de Gênesis 3.15: o descendente da mulher pisaria a cabeça da serpente.
Nesta cena está o milagre da encarnação — a realidade surpreendente de que o Deus Todo-poderoso e Criador assumiu forma humana e veio habitar entre nós. Ela revela tanto o amor de Deus quanto a nossa profunda necessidade dele.
Não conseguimos ir até ele se ele não vier até nós em primeiro lugar.
2. A Cruz
A segunda cena é a cruz. Toda a vida e os ensinos de Jesus apontam para esse propósito maior: o sacrifício vicário pelos nossos pecados. Em outras palavras, Jesus nasceu para morrer em nosso lugar:
“Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.8–11).
Mais uma vez, vemos o cumprimento das profecias. Como Paulo escreve em Romanos 1.17, “no evangelho é revelada a justiça de Deus”. Essa justiça exige que todo pecado seja pago, pois “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9.22).
No entanto, embora a cruz pague a nossa dívida, ela ainda não resolve o problema final: a morte, consequência do pecado. Para isso, precisamos da próxima cena.
3. O Túmulo Vazio
A terceira cena é a do túmulo vazio. Poucos dias antes de sua morte, Charles Kirk escreveu:
“Jesus derrotou a morte para que você possa viver”.
O apóstolo Paulo desenvolve essa verdade em 1 Coríntios 15.56–58. A ressurreição de Cristo torna pública a vitória definitiva sobre a morte. Ele morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a sua vida (Romanos 6.8–11).
Ele morreu a nossa morte para que possamos viver a sua vida.
Ainda assim, todo cristão sabe que a promessa da vida abundante ainda não se cumpriu plenamente. Experimentamos aspectos da vida eterna agora, mas seguimos aguardando algo maior. Isso nos conduz à última cena.
4. O Trono
A quarta cena é o trono. Jesus nasceu, morreu e ressuscitou para nos dar vida — mas a história ainda não chegou ao fim. Ele prometeu voltar para buscar sua igreja e manifestar plenamente sua justiça diante de toda a terra.
Essa cena ainda não se realizou. Aguardamos o dia em que estaremos diante dele e do trono:
“Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre” (Apocalipse 5.12–13).
É ali que toda a história encontrará seu apogeu.
Um convite à reflexão
Enquanto aguardamos a consumação dessas cenas, convido você a refletir neste Natal sobre Jesus — aquele que se revela em cada uma delas. Ele nos mostra o Pai e nos abençoa ao viver entre nós.
A você e aos seus, um feliz Natal!
Daniel Lima
Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Formado também em Psicologia, com mestrado em Educação Cristã, foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e atua na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Participará do 27º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.
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